quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Exército Portugês

O Exército Português é o ramo terrestre das Forças Armadas Portuguesas, encarregado, em conjunto com os outros ramos, da defesa militar da Nação.

A História do Exército Português está directamente ligada à História de Portugal, desde a sua primeira hora. As forças terrestres estiveram presentes na luta dos portugueses pela sua independência contra Leoneses e Muçulmanos no séc. XII, contra os invasores castelhanos no séc. XIV, contra os ocupantes espanhóis no séc. XVII e contra os invasores Franceses no séc. XIX. Participaram ainda nas campanhas portuguesas no ultramar e exterior, desde o séc. XV, na África, Ásia, América, Oceânia e Europa. No séc. XX destaca-se a participação do Exército Português na Primeira Guerra Mundial, em França e África e a Guerra Colonial de 1961 a 1975 em Angola, Índia, Moçambique, Guiné e Timor. No séc. XXI é de destacar a intervenção do Exército Português nas diversas missões de apoio à paz em que Portugal tem participado (Bósnia, Timor-Leste, Macedónia, Afeganistão, etc.) .


Organização
O Exército Português encontra-se em fase de profunda reorganização definida pela nova Lei Orgânica do Exército Português (Decreto-Lei nº61/2006 de 21 de Março), que substituiu a lei homóloga de 1993.

O objectivo principal da nova orgânica seria o de fazer passar o Exército Português de uma organização territorial baseada no serviço militar obrigatório para uma organização operacional baseada em militares profissionais. Na sequência dessa intenção foram imeditamente extintas as Regiões Militares do Norte, Sul e Lisboa (Governo Militar de Lisboa). As outras alterações irão ser realizadas progressivamente até que o Exército passe completamente da estrutura definida pela Lei Orgânica de 1993 para a definida pela Lei Orgânica actual.

Na prática o Exército continuará a basear-se numa organização territorial "disfarçada" já que são mantidas as unidades territoriais (mas agora chamadas unidades de estrutura base) e as Grandes Unidades assumem as funções semelhantes às dos comandos territoriais e de natureza territorial extintos. Com a nova organização a operacionalidade do Exército até poderá vir a ser diminuida. Um exemplo disto é a transformação da actual Brigada Aerotransportada Independente, que era uma grande unidade operacional integrando armas combinadas, apoio de combate e apoio de serviços, na nova Brigada de Reacção Rápida que passará a ser uma espécie de agrupamento administrativo de tropas especiais (paraquedistas, comandos e operações especiais) sem capacidade de agir de forma integrada.

Algumas das alterações mais significativas na nova estrutura do Exército serão:

Alteração da estrutura do comando superior do Exército;
Fim teórico da organização territorial do Exército e organização das suas forças na forma de Força Operacional Permanente do Exército;
Extinção dos comandos territoriais e de natureza territorial. Deste modo, além das regiões militares será extinto o Comando de Tropas Aerotransportadas e o Campo Militar de Santa Margarida deixará de ser comando territorial. As Zonas Militares dos Açores e da Madeira mantém-se, mas deixarão de ser consideradas comando territorial;
As unidades territoriais passarão a ser consideradas unidades da Estrutura Base do Exército, ficando na sua maioria dependentes das grandes unidades;
As grandes unidades terão a sua organização e denominação alterada. Desse modo a Brigada Mecanizada Independente passará a Brigada Mecanizada, a Brigada Ligeira de Intervenção passará a Brigada de Intervenção e a Brigada Aerotransportada Independente passará a Brigada de Reacção Rápida.

Estrutura de Comando do Exército

Embarque de tropas para Angola durante a Primeira Guerra Mundial.O Exército Português, comandado pelo Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), tem uma estrutra de comando superior constituída por:

Comando do Exército, incluindo:
Gabinete do CEME,
Gabinete do Vice-CEME,
Orgãos de Conselho,
Inspecção-Geral do Exército,
Estado-Maior do Exército,
Academia Militar,
Escola Superior Politécnica do Exército;
Orgãos Centrais de Administração e Direcção:
Comando da Instrução e Doutrina (com a sede em fase de transferência da Amadora para Évora),
Comando da Logística (com a sede em Lisboa),
Comando do Pessoal (com a sede em fase de transferência de Lisboa para o Porto);
Comando Operacional (com a sede em fase de trasferência de Oeiras para Monsanto (Lisboa)).

Força Operacional Permanente do Exército
Do Comando Operacional depende a Força Operacional Permanente do Exército constituída pelas Grandes Unidades (brigadas), Zonas Militares e Forças de Apoio Geral, indicadas a seguir:

Brigada Mecanizada (BriMec), com sede no Campo Militar de Santa Margarida,
Brigada de Reacção Rápida (BRR), com sede no Polígono Militar de Tancos,
Brigada de Intervenção (BrigInt), com sede em Coimbra,
Zona Militar dos Açores, com sede em Ponta Delgada,
Zona Militar da Madeira, com sede no Funchal
Batalhão de Engenharia de Construções
Grupo de Polícia do Exército
Obs.: Apesar de dependerem administrativamente do Comando Operacional do Exército, as Zonas Militares dependendem operacionalmente dos Comandos Operacionais (conjuntos) dos Açores e da Madeira.


Estrutura Base do Exército

Coluna blindada do Exército Português na BósniaDependentes dos vários comandos e grandes unidades, o Exército Português engloba diversas unidades da Estrutura Base do Exército (EBE), anteriormente denominadas unidades territoriais. As unidades da Estrutura Base do Exército são bases e centros de instrução, destinados a organizar, treinar e manter as unidades operacionais componentes das grandes unidades, zonas militares e forças de apoio geral. Por razões históricas, a maioria das unidades da Estrura Base do Exército estão associadas a uma Arma ou Serviço e possuem a designação de regimento. Por dependências as unidades da EBE são:

Na dependência do Comando da Logística:
Regimento de Manutenção, no Entroncamento,
Centro Militar de Electrónica, em Paço de Arcos,
Regimento de Transportes, em Lisboa;
Na dependência do Comando de de Instrução de Doutrina:
Escola de Sargentos do Exército, nas Caldas da Rainha;
Escola Prática de Infantaria, em Mafra;
Escola Prática de Cavalaria, em fase de transferência de Santarém para Abrantes;
Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas;
Escola Prática de Engenharia, no Polígono Militar de Tancos;
Escola Prática de Transmissões, no Porto,
Escola Prática dos Serviços, na Póvoa de Varzim;
Regimento de Infantaria Nº 1, na Serra da Carregueira (Amadora);
Regimento de Artilharia Nº 5, na Serra do Pilar (Gaia);
Regimento de Cavalaria Nº 3, em Estremoz.
Obs.: Pela nova organização do Exército a maioria das funções das antigas Escolas Práticas dos Serviços de Transportes e Material, foram integradas na Escola Prática de Administração Militar, que passou a chamar-se Escola Prática dos Serviços. Os Regimentos de Infantaria Nº1, de Artilharia Nº 5 e de Cavalaria Nº 3, apesar da denominação, são centros de instrução geral para militares de todas as armas e serviços.

Na dependência directa do Comando Operacional:

Regimento de Transmissões, em Lisboa
Centro de de Informações e Segurança Militar, em fase de transferência da Trafaria para Lisboa;
Na dependência da Zona Militar dos Açores:

Regimento de Guarnição Nº 1, em Angra do Heroísmo,
Regimento de Guarnição Nº 2, em Ponta Delgada,
Na dependência da Zona Militar da Madeira:

Regimento de Guarnição Nº 3, no Funchal;
Na dependência da Brigada Mecanizada:

Regimento de Cavalaria Nº 4, em Santa Margarida;
Na dependência da Brigada de Intervenção:

Regimento de Infantaria Nº 13, em Vila Real,
Regimento de Infantaria Nº 14, em Viseu,
Regimento de Infantaria Nº 19, em Chaves;
Regimento de Artilharia Nº 4, em Leiria,
Regimento de Artilharia Anti-Aérea Nº 1 em Queluz,
Regimento de Cavalaria Nº 6, em Braga,
Regimento de Engenharia Nº 3, em Espinho;
Na dependência da Brigada de Reacção Rápida:

Escola de Tropas Paraquedistas, no Polígono Militar de Tancos,
Centro de Tropas Comandos em Mafra,
Centro de Tropas de Operações Especiais, em Lamego,
Regimento de Infantaria Nº 3, em Beja,
Regimento de Infantaria Nº 10, em Aveiro
Regimento de Infantaria Nº 15, em Tomar,
Unidade de Aviação Ligeira do Exército, no Polígono Militar de Tancos.
Na dependência das Forças de Apoio Geral:

Regimento de Lanceiros Nº 2, a ser transferido da Ajuda (Lisboa) para a Amadora,
Regimento de Engenharia Nº 1, na Pontinha (Lisboa);
Pela nova orgânica do Exército, foram ou serão extintas as seguintes unidades:

Regimento de Infantaria Nº 2, em Abrantes,
Regimento de Infantaria Nº 8, em Elvas,
Batalhão do Serviço de Saúde, em Coimbra,
Batalhão de Adidos, em Sacavém,
Escola Prática do Serviço de Material (transformado em Regimento de Manutenção),
Escola Prática do Serviço de Transportes.

Armas e Serviços do Exército
Os militares do Exército Português estão divididos por especialidades genericamente denominadas por Corpo de Oficiais Generais, Armas e Serviços. As especialidades das Armas são normalmente as correspondentes a funções combatentes e os seus oficiais são os únicos que podem ascender ao postos de General e Tenente-General e consequentemente exercer os comandos que estão reservados a estes postos. As especialidades dos Serviços são normalmente funções logísticas. Existem ainda os Quadros Técnicos constituídos por oficiais técnicos com origem na classe de sargentos, e os Quadros de Bandas e Fanfarras.

Armas:
Infantaria (INF),
Artilharia (ART),
Cavalaria (CAV),
Engenharia (ENG),
Transmissões (TM);
Serviços:
Saúde - Medicina (MED),
Saúde - Medicina Dentária (DENT),
Saúde - Farmácia (FARM),
Saúde - Medicina Veterinária (VET),
Administração Militar (ADMIL),
Material (MAT),
Juristas (JUR),
Superior de Apoio (SAP);
Quadros Técnicos:
Exploração de Transmissões (TEXPTM),
Manutenção de Transmissões (TMANTM),
Manutenção de Material (TMANMAT),
Pessoal e Secretariado (TPESSECR),
Transportes (TTRANS),
Enfermagem, Diagnóstico e Terapêutica (TEDT);
Bandas e Fanfarras:
Chefes de Banda de Música (CBMUS),
Músicos (MUS),
Corneteiros e Clarins (CORN/CLAR);
Armas, Serviços e Quadros em Extinção Progressiva:
Serviço Geral do Exército (SGE),
Serviço Postal Militar (SPM),
Quadro Técnico de Secretariado (QTS),
Serviço Geral Pára-Quedista (SGPQ),
Quadro de Enfermeiros Pára-Quedistas (QEPQ),
Arma de Pára-Quedistas (PARAQ).

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