quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Exército

Organização
Os Exércitos possuem, normalmente uma Organização Horizontal por especialidades denominadas "Armas" e "Serviços", e uma Organização Vertical por Unidades de diversos escalões.


Armas e Serviços
Normalmente os Exércitos englobam especialidades denominadas "Armas" se são combatentes, e "Serviços" se são de apoio logístico. Conforme a sua função, os militares e as unidades dos Exércitos são englobadas numa dessas Armas ou Serviços. Normalmente as Armas e Serviços são os seguintes:

Cavalaria;
Infantaria;
Artilharia;
Engenharia;
Comunicações ou Transmissões;
Intendência ou Administração Militar;
Saúde Militar;
Serviço de Material;
Serviço de Transportes;
Aviação Ligeira;
Artilharia de Defesa Aérea;
Informações ou Inteligência Militar;
Secretariado Militar;
Assuntos Civis;
Polícia do Exército;
Defesa Nuclear, Química e Biológica.
De notar que as Armas e Serviços variam de Exército para Exército.


Unidades
Em termos de organização vertical os Exércitos englobam unidades de vários escalões. As unidades especializadas numa única Arma ou Serviço são conhecidas por "Pequenas Unidades". As unidades de escalão superior que englobam várias Pequenas Unidades de Armas e Serviços diferentes são chamadas "Grandes Unidades", sendo normalmente comandadas por Oficiais Generais. Tradicionalmente, da mais pequena para a maior, os diversos escalões das unidades do Exército são os seguintes:

Esquadra - Unidade básica comandada por um Cabo, composta por 4 a 8 elementos;
Secção (Seção) - Fracção comandada por um Sargento, composta por 2 ou 3 Esquadras;
Pelotão - A menor unidade de comando de Oficial (normalmente Alferes ou Tenente), composta por 2 a 3 Secções (Seções);
Companhia - Unidade sob comando de um Capitão, constituída por diversos Pelotões. Tradicionalmente na Cavalaria é chamada Esquadrão e na Artilharia, Bateria;
Batalhão - A menor unidade comandada por um Oficial Superior (normalmente Major ou Tenente-Coronel), composta por diversas companhias. Em algumas Armas e Serviços adopta a designação de Grupo ou Regimento;
Regimento - Tradicionalmente a maior Pequena Unidade existente, comandada por um Coronel e incorporando vários Batalhões. Até ao séc. XVIII, no Exército Português este escalão era denominado Terço. Actualmente, na maioria dos Exércitos deixou de ser uma unidade operacional, mantendo-se apenas em alguns como unidade administrativa. Com a extinção deste escalão, alguns Exércitos, por motivos de tradição, passaram a chamar "Regimento" às unidades de escalão Batalhão de algumas Armas, como é o caso da Cavalaria no Exército Brasileiro;
Brigada - Tradicionalmente a menor Grande Unidade sob comando de um Oficial General. Antigamente era composta por vários Regimentos, mas actualmente as suas subunidades maiores são de escalão Batalhão;
Divisão - Agrupamento de várias Brigadas mais unidades de apoio divisionário, totalizando entre 10.000 a 25.000 efectivos;
Corpo de Exército - Agrupamento de várias Divisões, mais unidades de apoio de Corpo de Exército, com um efectivo entre 20.000 e os 80.000 militares;
Exército - Agrupamento de vários Corpos de Exército, com mais de 200.000 efectivos. No Brasil era denominado Exército um comando territorial agrupando várias Regiões Militares;
Grupo de Exércitos - Agrupamento de vários Exércitos, com mais de 700.000 militares.
Muitas vezes são constituídas unidades provisórias de escalão variável que são conhecidas por Destacamentos, Agrupamentos (Grupamentos), Forças, etc.


Pessoal do Exército
O pessoal dos Exércitos, de acordo com o seu nível de formação e o grau do comando exercido, divide-se em três grandes escalões hierárquicos: Oficiais, Sargentos e Praças. Alguns Exércitos não existe separação entre o escalão de Sargentos e Praças, havendo apenas os Oficiais e os Alistados. No Brasil, os Sargentos são considerados incluídos na classe dos Praças. Por sua vez os escalões, sobretudo os dos Oficiais dividem-se em diversos sub-escalões hierárquicos.


Oficiais
Actualmente, na maioria dos Exércitos, os Oficiais são os militares com formação superior com as maiores responsabilidades em termos de comando. Os Oficiais especializam-se numa Arma ou Serviço, exercendo as suas funções nessa especialidade. O sub-escalão mais elevado dos Oficiais é o dos Generais, que além da formação base na sua Arma de origem, recebem uma formação em altos estudos militares que lhes permite exercer o comando de Grandes Unidades de todas as Armas e Serviços. Os diversos graus hierárquicos de Oficiais são os seguintes:

Oficiais Generais

Generalíssimo - Título atribuído em alguns países aos Chefes de Estado militares ou aos Comandantes-Chefes do Exército;
Marechal-General ou Capitão-General - Antigamente o posto mais alto no Exército Português cujo titular era inicialmente o Comandante-Chefe do Exército, ficando mais tarde reservado ao próprio Rei. Este posto não existe actualmente nem em Portugal nem no Brasil;
Marechal do Exército - Título honorífico atribuído a certos Generais; No Brasil já foi uma patente.
Coronel-General - Posto existente apenas em alguns países, responsável pelo comando de um Exército ou Grupo de Exércitos. Noutros países dá-se o título de Coronel-General aos oficiais generais que exercem o comando honorário de uma Arma ou Corpo militar (ex.: Coronel-General da Cavalaria);
General ou General-de-Exército - Oficial General responsável pelo comando de uma grande unidade superior à Divisão. Antigamente era o comandante de uma arma específica (ex.: General de Infantaria). No Exército Português actualmente o posto de General está reservado ao Chefe do Estado-Maior do Exército e ao Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. No Brasil existem vários Generais-de-Exército que exercem diversos altos comandos;
Tenente-General ou General de Divisão - General responsável pelo comando de uma Divisão ou comando militar equivalente. Até ao séc. XVIII o posto denominava-se Mestre-de-Campo-General;
Major-General ou General de Brigada - General responsável pelo comando de uma Brigada. Até meados do séc. XVIII, o posto chamava-se Sargento-Mor de Batalha. Desde o séc. XVIII até meados do séc. XIX, o posto chamou-se Marechal de Campo. Passou depois a chamar-se Major-General e posteriormente General de Brigada. Em Portugal, o posto foi extinto em 1911 e restaurado em 1937 com a denominação de Brigadeiro. Em 1999 passou novamente à designação de Major-General.
Brigadeiro-General ou Brigadeiro - posto intermédio entre o de Oficial General e Oficial Superior, antigamente responsável ao mesmo tempo pelo comando de uma Brigada e por um dos Regimentos seus componentes. Em Portugal, o posto foi extinto em 1863 e reintroduzido com as mesmas características no período de 1929 a 1937. Entre 1937 e 1999, utilizou-se o termo Brigadeiro para designar o General de Brigada. Neste país, Brigadeiro-General é, desde 1999, uma graduação temporária, atribuída a determinados Coroneis para exercerem certos comandos especiais. No Brasil este posto não existe actualmente.
Oficiais Superiores

Coronel Tirocinado - Em Portugal é o posto dos Coroneis com o curso de oficial general, que ainda não foram promovidos a esse posto. No Brasil este posto não existe;
Coronel - O mais alto posto de Oficial Superior, tradicionalmente comandante de um Regimento. Antigamente era chamado Mestre de Campo;
Tenente-Coronel - Oficial superior que exerce as funções de 2º comandante (subcomandante) de um Regimento ou de comandante de um Batalhão independente. Até ao séc. XIX, nas Ordenanças o posto era chamado Capitão-Mor ;
Major - 2º comandante (subcomandante) de um Batalhão Independente ou comandante de um Batalhão integrado num Regimento. Até ao princípio do séc. XIX, o posto era conhecido por Sargento-Mor.
Capitães (Oficiais Intermediários)

Capitão - Tradicionalmente o comandante de um Companhia, Esquadrão ou Bateria
Oficiais Subalternos

Tenente ou Primeiro-Tenente - Comandante de um Pelotão ou Adjunto de uma Companhia, Esquadrão ou Bateria;
Alferes ou Segundo-Tenente - O posto inicial de um Oficial com a formação completa, responsável pelo comando de um Pelotão.
Oficiais em Formação

Aspirante a Oficial - Militar com o curso superior completo, mas ainda em estágio numa unidade militar. Em alguns casos pode assumir o comando de um Pelotão;
Cadete - Aluno de uma escola superior militar (ex.: Academia Militar de Portugal ou Academia Militar das Agulhas Negras do Brasil). Antigamente era um jovem nobre que estagiava como Soldado num Regimento, para se tornar seu Oficial.
Sargentos
O escalão de Sargentos corresponde a militares com uma formação mais avançada que os Praças e que auxiliam os Oficiais no exercício do seu comando. Na actualidade os Sargentos assumem uma importância cada vez maior, exercendo o comando operacional de diversas unidades básicas. Os Sargentos também são conhecidos por Oficiais Inferiores ou por Suboficiais.

Sargentos Superiores

Sargento-Mor ou Subtenente - O posto mais elevado de Sargento numa Brigada, exercendo a função de adjunto do seu comandante. Antigamente era chamado Brigada e no Brasil, actualmente é chamado Subtenente;
Sargento-Chefe - Actualmente, em Portugal, o posto mais alto de Sargento num Batalhão. Antigamente era chamado Sargento-Quartel-Mestre. No Brasil este posto não existe;
Sargento-Ajudante - Actualmente, em Portugal, o posto mais elevado de Sargento numa companhia. No Brasil o posto não existe.
Sargentos Subalternos

Primeiro-Sargento - Tradicionalmente o Sargento superior de uma companhia. Em Portugal, actalmente é o Sargento de Pelotão, auxiliando o seu comandante no exercício do comando;
Segundo-Sargento - Em Portugal, o posto mais básico de Sargento profissional. No Brasil o Sargento superior do Pelotão;
Furriel ou Terceiro-Sargento - Em Portugal, os postos de Furriel correspondem aos Sargentos mais modernos (militares voluntários, contratados, etc.). No Brasil, Terceiro-Sargento é o posto mais básico do categoria dos Sargentos.

Praças
Os Praças são o grupo de militares com a formação mais básica, com poucas ou nenhumas responsabilidades de comando. Os diversos postos são os seguintes:

Cabo - O soldado que comanda uma Esquadra ou grupo básico de soldados. Antigamente era chamado Cabo-de-Esquadra. Em Portugal, desde finais do séc. XIX é chamado de 1º Cabo. No Brasil, em algumas especialidades militares, é chamado Taifeiro-Mor;
Anspeçada - Tradicionalmente a primeira graduação a que um soldado pode ser promovido. Em Portugal, no final do séc. XIX passou designar-se 2º Cabo;
Soldado - O mais baixo posto de militar, com a formação completa. No Brasil, em algumas especialidades é chamado de Taifeiro;
Recruta - A denominação de uma Praça que ainda está a receber a formação militar.

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